O ar condicionado que antes era um símbolo de status tornou-se agora objeto de uso comum em boa parte das residências, isto porque o aumento da temperatura média nos tem levados a buscar alternativas para o conforto doméstico. Mas junto com esta boa alternativa vem também uma preocupação que é com o possível aumento do valor da conta de luz. É verdadeira a ideia que o ar consome muita energia elétrica?
Sim. O ar condicionado é possivelmente o equipamento doméstico que mais consome energia e que trará maior impacto no valor final da conta de energia. O motivo para isso é que o ar está no grupo dos aparelhos domésticos que geram calor e esses tipos são os vilões. Neste grupo também está o ferro de passar, o chuveiro, a geladeira e outros.
Sim. Isto também pode ser verdadeiro caso o uso seja grande no mês. Se você ligar alguns dias apenas e por períodos não muito prolongados é possível que você não perceba grande diferença no valor final da conta, mas se o uso for grande a diferença poderá assustá-lo.
Vou dar um exemplo. Veja a tabela abaixo, ela representa o histórico de consumo de energia em minha residência nos meses finais de 2012 e nos primeiros meses de 2013.
Note que em pelo menos dois meses o consumo de energia aumentou significativamente. Mas por quê? Veja agora outra tabela que representa a média da temperatura máxima em minha cidade no mesmo período. Esses dados eu coleto mês a mês de um site que mostra as temperaturas registradas.
Observe que os meses mais quentes, outubro e dezembro de 2012 são os meses que geraram a conta mais alta de energia. Note que os valores altos das contas são nos meses seguintes a esses que registraram altas temperaturas. E de fato foi isso mesmo, pois em outubro e dezembro eu usei muito o ar condicionado e o resultado ficou bastante visível.
Nos últimos dias do mês de outubro, por exemplo, foram registradas as seguintes temperaturas máximas aqui na minha cidade (interior de SP):
Especialmente em dias como esse o ar ficou ligado o dia todo e boa parte da noite, então o impacto do ar no valor da conta realmente foi bastante alto. O modelo que uso é um modelo split da Consul de 12.000 Btus.
No final de 2015, já em outra residência, instalei dois novos aparelhos de ar condicionado, um de 7.000 btus no meu escritório (home office) e outro no quarto de 9.000 btus. O uso desses dois aparelhos, nos meses seguintes à instalação foram basicamente desta forma:
7.000: Uso durante o dia apenas, em algumas horas a tarde e em dias quentes;
9.000: Uso a noite em período mais prolongado, das 22hs às 06hs, aproximadamente. Mas isto em alguns dias apenas. Só quando a noite está realmente quente.
Mudei para esta casa em abril de 2015 e desde então o consumo em kWh foi o seguinte:
Observe os meses de dezembro de 2015 e fevereiro de 2016 onde o consumo aumentou muito. Foram exatamente ai que provavelmente o uso do ar condicionado foi maior. Janeiro, apesar de quente, fiquei uns dias fora e com isso diminuiu a quantidade de dias de consumo.
Exceto, o ar condicionado, nada mudou em termos de aparelhos e usos dos mesmos, logo, recai sobre os dois aparelhos de ar condicionado o aumento significativo na conta de luz.
Fiz algumas modificações na quantidade dos aparelhos de ar-condicionado, bem como no tipo de alguns deles. Hoje, em 2020 estou com quatro aparelhos de ar-condicionado, sendo três nos quartos e um no escritório que continua o mesmo.
Em um dos quartos, é usado muito pouco, mas em dois é usado com bastante frequência. Nesses dois que são muito usados, troquei por aparelhos inverter que é uma tecnologia que tem como promessa a economia de energia elétrica.
Segue abaixo o histórico de consumo em kWh dos últimos 12 meses para que você tenha como comparar a quantidade de aparelhos e o consumo. Lembrando que o quarto aparelho de ar condicionado, um inverter, foi colocado em janeiro deste ano.
Os dados e o gráfico são da Elektro, companhia que fornece energia em parte do interior de São Paulo.
Observe que o aumento do consumo ocorre exatamente nos meses mais quentes do ano, época que o uso do ar condicionado acontece. Em janeiro, o baixo consumo se deu por estarmos reformando a casa e ficamos boa parte do mês fora de casa.
Mesmo com o uso dos aparelhos inverter, o consumo ainda é alto, mas se comparar setembro a dezembro de 2019 onde um dos aparelhos usados ainda era o convencional, com fevereiro a maio, agora com os inverter em ação, notará uma boa diferença. Na verdade há outros fatores, já que por aqui os meses de setembro a dezembro são muito quentes, especialmente outubro que foi muito quente.
Conforme explicado acima, eu uso pouco e somente nos dias ou noites realmente quente e por isso não houve um aumento tão grande na quantidade de kWh consumida. Mas fico imaginando o caso do meu vizinho, por exemplo. O ar condicionado dele ficava ligado por muito tempo, sei disso, pois ouvia o barulho da minha casa. Em casos assim, o consumo pode ficar elevado e a conta altíssima.
Apesar dele consumir muita energia elétrica, existem alguns cenários que podem piorar mais ainda a situação ou melhorar. Veja algumas dicas:
Ao comprar um aparelho, cada um deles tem uma medida em BTU e é importante saber dimensionar para evitar que não ocorra a refrigeração adequada e que o consumo de energia aumente mundo.
Você deve fazer o seguinte cálculo: Multiplica-se a metragem quadrada do ambiente por 600.
Exemplo: Um quarto com 12 metros quadrados:
12 x 600 = 7200 BTUs
Mas é preciso incluir na conta acima mais dois aspecto: pessoas e equipamentos eletrônicos. Geralmente adiciona 600 por cada pessoa e dependendo do aparelho, mais 600. Em termos de aparelho, considera-se aqueles que vão emitir calor, como computador, por exemplo.